por paulo gonçalves em Domingo Out 23, 2011 2:08 am
Resenha Económica
Anúncio da projecção do OGE de 2012 sem défice, constitui destaque da semana económica
Luanda – O anúncio feito pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, segundo o qual o Orçamento Geral do Estado (OGE/2012), principal instrumento de execução das políticas do Governo, prevê receitas e despesas na ordem dos 3,5 triliões de kwanzas e sem défice, constituiu matéria de capa dos últimos sete dias.
“A título de projecção, uma vez que o seu exercício ainda não está concluído, o Orçamento Geral do Estado para 2012 indica um potencial de receitas e despesas aproximadas a 3,5 triliões de kwanzas, sem défice”, disse o Chefe de Estado na abertura do ano legislativo, quando falava sobre o Estado da Nação, na Assembleia Nacional.
Esclareceu que as projecções indicam igualmente uma taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto de 12 porcento, sendo 13,4 porcento do sector petrolífero e 12,5 porcento do sector não petrolífero.
Ainda relativamente aos indicadores macroeconómicos, o Chefe de Estado disse que o Governo estima que a inflação do ano em curso (2011) ficará abaixo dos 12 porcento, projectados no OGE, uma vez que a variação acumulada de Janeiro até Agosto deste ano é de apenas 6,86 porcento, contra 8,4 porcento no período homólogo de 2010.
Salientou que a inflação continua a ser um desafio para Angola, pois depois de anos de descida sustentada, a taxa de inflação subiu seis porcento em 2008, atingindo 13,7 porcento, e cresceu novamente para 14,7 porcento em 2010.
Noutra vertente da sua intervenção, voltada para o sector turístico, disse que os investimentos estimados no sector da Hotelaria e Turismo se elevaram ao equivalente a mais de mil milhões de dólares.
Referiu que, em 2010, se registou um crescimento de 16,1 porcento na chegada de turistas, a oferta hoteleira cresceu para 136 unidades, com uma taxa média de ocupação de 89 porcento.
Segundo o Chefe de Estado, o objectivo do Executivo é atingir, nos próximos dez anos, a fasquia de quatro milhões e meio de turistas e um milhão de postos de trabalho, directos e indirectos.
No sector industrial, em função dos projectos já implementados, pontualizou que Pelo menos 25 mil e 120 postos de trabalho directos foram criados, de 2008 a 2011, no sub-sector da indústria transformadora, fruto da entrada em funcionamento de 750 novas empresas privadas no país.
Explicou que, no período em referência, o sector da Indústria transformadora registou um crescimento médio anual na ordem dos oito (8) porcento, enquanto o investimento privado atingiu cerca de quatro mil milhões de dólares.
Ainda no sector industrial, mas no sub-sector da geologia e minas, disse que projecto de exploração de ferro na província da Huíla, num investimento inicial de 400 milhões de dólares norte-americanos, poderá proporcionar mais de três mil postos de trabalho.
Aclarou que, o investimento, que envolve igualmente o desenvolvimento da indústria metalúrgica e siderúrgica do país, poderá atingir nos próximos anos de dois mil milhões de dólares norte-americanos.
Também foi manchete da semana a realização, pela Sociedade de Investimentos Industriais (Siind) – empresa ligada à Sonangol EP, do “1º Roadshow” visando buscar parcerias para a implantação de 73 unidades fabris na Zona Económica Especial Luanda/Bengo, no âmbito do programa de industrialização do país.
Ao intervir no 1º Roadshow com empresários, o presidente da Comissão Executiva da Sociedade de Investimentos Industriais (Siind), Bravo da Rosa, explicou haver indústrias de exploração de cereais e legumes, avícola, metalomecânica, confecções, galvanização pesada, de casas pré-fabricadas, de reciclagem de resíduos, de vidros, entre outras.
O gestor esclareceu que a Siind, enquanto responsável pela coordenação e gestão das indústrias da Sonangol e a própria petrolífera nacional pretendem parcerias nas vertentes de conhecimentos (know how) e tecnológico com parceiros nacionais e estrangeiros. A realização, em Luanda, do seminário nacional sobre especificidades dos produtos petrolíferos, durante o qual o vice-ministro dos Petróleo, Aníbal Silva, disse que o consumo de produtos petrolíferos no país registou um aumento de 74% no período que vai de 2006 a 2010, também foi notícia de destaque.
De acordo com o governante, que falava na abertura do seminário nacional sobre especificidades dos produtos petrolíferos, em 2006 o país registou um consumo de cerca de 2,19 milhões de toneladas métricas e já em 2010 a quantidade consumida foi de aproximadamente 3, 82 milhões de toneladas.
Afirmou que, com base nos dados do ano de 2010, o produto de maior consumo foi o gasóleo atingindo a cifra de cerca de 1, 98 milhões de toneladas métricas/ano, que correspondem a cerca de 52 porcento do total de consumo. Logo a seguir vem a gasolina com um consumo aproximado a 894 mil toneladas métricas/ano, correspondendo cerca de 23% do total de consumo.
Noutra vertente, disse que a liberalização do mercado de combustíveis no país vai contribuir para o aumento da utilização de produtos petrolíferos em diversos sectores da economia e terá impacto mais visível no sector dos transportes.
Com base nesta apreciação, disse ser fundamental que periodicamente se actualize as especificações dos produtos petrolíferos comercializados no país, para que possam satisfazer as tendências e exigências da indústria de fabricação de automóveis.
O vice-ministro disse ser conveniente que os valores dos principais parâmetros das especificações dos produtos petrolíferos produzidos internamente estejam harmonizados com os comercializados a nível da região da SADC e sem perder de vista as tendências mundiais da indústria de automóveis e de motores para diversos equipamentos.